sábado, 25 de dezembro de 2010

Ícaro














Sou filho de Dédalo, artesão de maquinários,
Feitor do labirinto, e túmulo, do Minotauro.
No exílio por ajudar Ariadne e temerário
Do Rei Minos, do qual escondo algo que restauro.

Ao Pai nego-lhe respeito e por ser herdeiro
Pegarei seu invento anônimo que a Gramática
Não nomeara e o batizarei primeiro,
Chamando-o: "factóide esdrúxulo da prática".

Faço votos de sobrevivência diante
De um precipício. Irei o único avante,
Mas não sei por força ou pela raquítica do poeta.

Pai, deixe minhas asas ruflarem de Creta,
E reze que meu óbito seja mentira
Pelo intermédio vil do Sol em sua ira!

Um comentário: