segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Doce lamento

*












Desafio vir a mim quem não mantém o túmulo
De uma Esperança sepultada pelo vocábulo
Desisto. Um cemitério, uma vastidão de esperas
Podres é o sórdido que sou pela Cólera!

Quando a Esperança morre só nos restar crer nos filhos.
Versos brancos de uma música sem estribilho,
Meus filhos. Caras Estranhos, é o que podem ser
Olhando mais inertes do que eu ao meu cadáver.

Perdoa a poética Senhor, mas a Divindade
De Pedro me conforta. Peco em verdade
E cuspo três vezes o sangue lânguido entanguido.

Um vidro de Prescrição Médica é minha testemunha,
Que, traído pela elegância do vício, abuso da alcunha
De Crítico Ordinário do Homicida Líquido!

*na foto: Charles Bukowski
(1920/1994)

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