quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Confissão

Tenho Fome. Desça qualquer entidade e
Saciame. Venha alimentar-me e amar-me,
Não que eu precise, é só por que eu quero.
Algum dia eu fui mimado, hoje sou sincero.

Cresci. Querer não posso mais, não.
Isso angustiava. Só restava sonhar nas trevas
Com o paraíso. Há o que eu não diria, mas
Sou pecador e é tempo de confissão!

Achava que Você fosse o rançoso
Da cocaína na língua. Mas não passa
De um caju um pouco verde, fastidioso!

Me larga! Eu vou é beber cachaça,
Contar histórias, mentir que vi um santo!
Roncar à noite uníssono aos grilos, num canto!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Pedido

Duvide do meu fim, não da minha vontade,
Só quero um abraço, você pode me dar?
Abra os braços nem que seja por piedade
Nem venha levantar. Nem precisa me agradar.

Vou chegar na frente de ti de joelhos,
Leve-me onde eu seja imaculado
E o meu corpo tinja-se de vermelho,
É simples, não quero nada enfeitado.

Teus dedos podem me segurar com força,
Atrair meu corpo e que minha mente retorça.
Negue, e as certezas desmanche também.

Prometo não perturbar-te com sons e berros.
Estou aqui de braços abertos meu bem,
Venha salvar minha vida, Virgem de Ferro.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Calma, rapaz


Vá e mostre como faz para conseguir o que quer.

Seja Humano e arranque a flor,
Seja Mariposa e polinize-a,
Seja Androceu e adquira uma esposa,
Seja Herbívoro e alimente-se,
Amigo,

Só não vá ser afobado e ambicioso demais.

Quem teve as pétalas sem antes passar pelos espinhos,
Fala do tanto de dores que tem ao descer.

domingo, 4 de setembro de 2011

À moda do Rei


Um formador de opinião como Aluisio Azevedo merece respeito. O trabalho dele não se assemelha nem se retém à crítica descontextualizada e às resenhas levianas de críticos sem educação que almejam visibilidade. Compreender dois timings: o da crítica e o do jornalismo, só se consegue por amadurecimento e por caráter. A velocidade da informação (surgir, acontecer e descartar) faz parte da dinâmica do jornalismo não da crítica de moda. Ter visão e coragem de agir contra o fluxo jornalístico colocando, recolocando e relembrando desfiles, peças de roupa ou uma atitude comportamental marcante desse mundo e não descartar a notícia como antiga é o papel da crítica de moda, porque só há valor crítico se ainda for notícia, é claro.

Aluisio Azevedo - Prévia - Spring/Summer 2012

Estar em diálogo com tudo que acontece no mundo é papel da Moda, inclusive a Arte também como um todo, e no mundo não há fórmulas. Parece besteira e clichê expor isso, mas ninguém é igual a ninguém, exatamente por isso que as críticas deveriam ser mais diferentes umas das outras. Acreditar que só falar das tendências, da cor e da modelagem de tal estação, está se fazendo uma crítica, mas Aluisio Azevedo, substancialmente, vê e compreende o mundo pela Moda e não renuncia nem se priva dessa visão, pois formata e reflete a sua subjetividade para no fim ser capaz de intervir com significância no Mundo como um crítico.

Agora, avalia o que alguém assim pode fazer manifestando sua práxis. No mínimo algo novo, que é a obrigação do estilista, só que nem todos têm estrutura e cabeça para isso. Ver melhor não é observar mais, mas ver o que ninguém vê, e há coisas que só sabe quem estuda etapas da moda brasileira e vive isso. O consumidor final pouco se importa com o pós-desfile e se jornalista e/ou blogueiro Tal gostou ou não do desfile/coleção, desfiles bons não fazem obrigatoriamente uma boa coleção. Quem gosta vai à loja e compra o que lhe agrada.
Vestido tubinho, feito com um tipo de ceda estampada, com mangas bufantes e costas nua.

Satisfaz gregos e troianos produzindo belas críticas e acertando na sofisticação e beleza dos seus croquis e modelagem, principálmente, por ser criativo baseando seu norte em estilistas célebres consolidados. Ampliar o conhecimento do leitor sem satisfazer somente o próprio ego e ainda vesti-lo, e por sinal muito bem, é uma gentileza compartilhada pelo talento de Aluisio Azevedo.

P.S.: Confiram o blog no qual ele é editor-chefe: http://amodadorei.blogspot.com/ ENJOY

Um time 2009.2


Interessante a dinâmica não-categórica e crescente de um time. Ainda mais se disposto por acaso, mas organizado com sobriedade pelas partes. Ver e estar lá enquanto o temperamento de cada um se molda às situações funcionais diárias é muito bom.
A recordação vem de outra lembrança: sou um líder, ou fui, não sei, e agora calculando o tempo, a ação e o caráter individual disponho o time em posições e funções como se uma tropa caminhasse em linha reta, perigosamente, como numa guerra.

Geisa: Pela temperança racional e os planos revolucionários matutinos ela estaria comandando os soldados da frente e cuidaria do campo de visão direito-frontal enquanto dá ordens ao resto do comando pelos dois imediatos: Mariana e Oráculo. Ou fosse num simpósio ficaria com a introdução e explanação inicial do assunto.

Mariana: Eficiente, de logística rápida e digna de confiança, trataria do campo esquerdo-frontal com seu olhar curioso e observador disparando projéteis perigosos. Num colóquio estaria encarregada dos equipamentos e viria logo após Geisa, apresentando tópicos factuais com muitos detalhes.

Oráculo: Caráter, humor, é quem não pode faltar num time e de maior poder de fogo porque aguenta as armas mais pesadas, por exemplo: um dos trabalhos de Geisa e Mariana seria abrir oportunidades para os ataques poderosos e por muitas vezes ousados e certeiros dele; observaria a dianteira central. Nesse seminário pegaria boa parte da apresentação esmiuçando conceitos diversos.

Ludmilla: Sempre criativa, aparenta delicadeza mas baseia-se na elegância, no esmero seleto e apurado, cobriria os ataques de Oráculo distraindo a atenção do oponente para a reorganização do grupo e para os outros ataques; cuidaria da lateral esquerda.  Ponderaria o assunto apresentado à atenção e o gosto do público e proporia dinâmicas contextualizadas com a situação.

Wandson: Cheio de ânimo, muito expressivo e correto, após a reorganização do time entraria em batalha e tomaria de conta da situação sozinho por um tempo até que viessem os ataques finais; observaria a lateral direita. Ligaria conceitos a fatos e situações-chave, as quais antecederiam o fim do assunto.

Dharílya: Irreprimível, coerente e corajosa, acredito que mais que qualquer um do time vê o que ninguém vê, por isso cuidaria sozinha da traseira observando ataques inimigos traiçoeiros e colocando armadilhas para o time não ser seguido; jogaria a bomba que liquidaria o inimigo. Incumbida de materiais extras e concluiria tudo fazendo uma reflexão sobre o assunto abordado.

Gente, agora deu vergonha da besteira que eu escrevi, enfim, passei mó tempão fazendo e tá aí, fim.

domingo, 15 de maio de 2011

Meus Voto Prá Ela













Detinha no meu feitio uma certeza rúim!
Um jeito prá ruína nas luta de violênça todo dia
Por tê um querê nojento, querê de quem grúnhe
Quéto, carecido de tê mais sabiduria.

Peitava quem viesse! Té que de repentemente,
Sofri dum mal cabuloso, mas sicero,
Dum mal novo, e igual a tudo no meu vivê, severo.
Paxonado eu tava. Ela vêi e meu coração ao chão tava rente.

Ô meu Deus, nesses ano tudim de solitude,
Sem tê, querê, precisá, pedí, vivendo Chêi de amante,
O Sinhô me aparece logo cuma mulhé dessas virtude!

E agora, combalido, ferido, retido nessa capela,
Na circunscrência da morte do meu eu de antes,
Grito a todos peito o meu Sim e o nome dela!